quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Preocupações

São tantos os problemas do dia a dia... Viver neste mundo realmente não é fácil e, a rigor, com os anos vamos acumulando mais e mais contendas interiores que somam-se num grande oceano de estresse e desânimo. Mesmo para os que ostentam um largo sorriso, muitos são os que assim passaram a se comportar após o extremo de uma experiência em que o desgaste quase lhe trouxe o aniquilamento.

Porta arrombada, cadeado novo...

Sei de indivíduos que mudaram o foco das preocupações intensas somente depois que um infarto e algumas pontes de safena o fizeram ver-se próximo do abandono de seus lares, seus entes queridos, enfim, de sua vida.

Desde sempre vem sendo ensinado ao homem que não deve se prender excessivamente nas preocupações terrenas. Em todas as culturas, desde a Antiguidade. Claro que sempre vem a pergunta à ponta da língua: mas como evitar? Como simplesmente deixar de pensar em tantos compromissos, dívidas, problemas?

Bem, não fui eu quem inventou que, de todo modo, devemos, sim, nos acautelar dos excessos de preocupação. E, confesso, essa mesma dúvida ainda me assola. Contudo o fato é que faz milênios que o homem sofre com seus medos, suas preocupações, mas o Ensino da Vida nos foi semeado e não deixa margem a dúvidas.

Relembremos. 
Mateus, 6-25-34:
25 "Portanto eu digo: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer ou beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante que a comida, e o corpo mais importante que a roupa?

26 Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?

27 Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

28 "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.

29 Contudo, eu digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

30 Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?

31 Portanto, não se preocupem, dizendo: 'Que vamos comer?' ou 'Que vamos beber?' ou 'Que vamos vestir?'

32 Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês.

34 Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.

Victor Hugo: 
Se um homem é feliz então está triste todos os dias. Cada dia tem o seu quinhão de tristeza ou a sua pequena preocupação.

Albert Eistein: 
A maturidade começa a manifestar-se quando sentimos que nossa preocupação é maior pelos demais que por nós mesmos.

William Shakespeare:
Perde-se a vida quando a pretendemos resgatar à custa de demasiadas preocupações.

Mark Twain:
Eu sou um homem velho e conheci um grande número de preocupações — mas a maioria delas nunca aconteceu.

Salmos -55;22:
Entregue suas preocupações ao Senhor, e ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair.


Creio que é por um excessivo apego às coisas mundanas que definhamos sob o fardo terrível das constantes preocupações. Mesmo quando o motivo é dos mais nobres, como o zelo para com a família, com os filhos, máxime se são ainda pequenos, mesmo assim a verdade é que os ventos e as ondas não deveriam nos apertar o coração.

Mesmo sob a simbologia de que se revestem os mais elevados ensinamentos, devemos ver aí a advertência do Grande Rabi da Galiléia.
Mateus, 8-26-27:26 “Homens de pouca fé, porque têm assim tanto medo?” E levantando­se, repreendeu o vento e as ondas; a tempestade abrandou e tudo ficou calmo! 27 Os discípulos ficaram de boca aberta, cheios de temor, perguntando uns aos outros: “Quem é este, a quem o próprio vento e o mar obedecem?”
Não sejamos, pois, homens de pouca fé... E se a fé, que é o antegozo da graça futura, no dizer do grande teólogo (Tomás de Aquino), é ainda tesouro a se conquistar, tenhamos ao menos mais confiança. Afinal, a cada dia basta o seu mal. De nada adianta corroer a alma e o corpo com as tormentas que tanto tememos mas que, ao menos em parte, são meras conjecturas de quem se perde no zelo excessivo.

Mesmo com relação às tempestades que estão em pleno curso, ameaçando destruir-nos o barco e cobrir-nos com vagas monstruosas, ainda assim, devemos procurar fazer o que nos cabe, tomar as medidas que nos são realmente possíveis, lutar com os recursos de que dispomos, com boa vontade e empenho, deixando tudo o mais para que o Universo prove diante de nossos olhos espantadiços que, sim!, há mesmo uma Harmonia Suprema que ninguém pode compreender mas faz com que a, assim chamada, Providência Divina nos toque a alma enferma e nos soerga pelo mérito de nosso bom combate.

Do homem é esperado que tenha boa vontade e que lute.

A Misericórdia do Criador nos permite atingir fatos e atos inimagináveis, deixando que os mais desavisados considerem sorte ou apenas fruto do parco esforço de que somos ainda, claudicantemente, capazes.

Confie e siga adiante!

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Quem é o Inimigo?

São tão comuns os traumas que ferem as famílias de um modo geral, no mundo todo, em todas as épocas, que vem bem a calhar uma pergunta ao mesmo tempo simples e insidiosa: quem, afinal, é o nosso grande inimigo?

Não, não vamos entrar na contenda filosófico-ocultista do conceito de "Bem X Mal"... Essa deliciosa polêmica é até mesmo de reluzente interesse para os estudos a que nos devotamos. Mas fiquemos, aqui e agora, no terra-a-terra das circunstâncias humanas que habitam nossa Vida sem exceções. Sejamos simplistas sem perder o senso crítico e objetividade.

Se imenso é o número de pessoas afetadas --- e hoje mais do que nunca --- pelos males da depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico, labilidade emocional, síndrome de Burnout, não menos expressivo é a quantidade de pessoas que a Vida, nos moldes em que as relações familiares se desenvolveram hodiernamente, mantêm na mais danosa imaturidade mesmo após o terceiro ciclo setenário de sua existência.


Vamos nos ater ao geral, ao comum, garantindo uma meditação válida para a maioria dos casos. Exceções sempre existirão.


Nas famílias de mais baixa renda os adolescentes costumam envolver-se com o desencanto que a precariedade financeira lhes traz à experiência. Continua o jogo de futebol com os colegas. Às vezes, jogam vôlei ou basquete, mas o futebol ainda é a preferência. Em cada casa, normalmente sem acabamento externo, com móveis simples e apenas os indispensáveis, há um televisor moderno que, de alguma forma, lícita ou não, recebe o sinal dos mais variados canais a cabo. Deixam a meninice para trás com a crescente certeza de que há mesmo um mundo diferente daquele em que vivem, com mais prazeres, com mais beleza, com miríades de divertimentos, smartphones, tablets, computadores, estações de jogos e jogos cada vez mais sedutores, com gráficos perfeitos. Há também toneladas de filmes que, na ausência de outros elementos de convencimento, incutem na mente jovial a convicção de que existe um autêntico glamour na ilicitude de quem vence um certo "sistema" e arrebata para si os "ganhos sociais" que uma tal de "elite" vem lhes roubando desde os tempos de seus avós. Não, ainda há mais tempo!

Se a classe social desses jovens coincidir com os arrabaldes de uma metrópole putrefada de drogas, prostituição, furtos, roubos, e imposição de poder por mera violência, o resultado costuma ser o voluntariado operoso pela militância criminosa. Pés em chinelos de tiras, bermudas abaixo do joelho e grandes bolsos, camisetas sem mangas, bonés, compõem o fardamento de um exército sob rigorosa disciplina de jovens alguns poucos anos mais velhos. Sorrisos largos e olhos desafiadores são fotografados com um fuzil de assalto com bandoleira e carregador extendido, na típica pose dos que encontram alguma "dignidade" e espírito de corpo. São as falanges, comandos, enfim, entes coletivos estruturados para as estratégias de recuperação dos valores que as elites esbulharam sob o mais terrível mal a se combater: os criminosos de colarinho branco, ou seja, todos os "ricos" que existem, todos envolvidos no esquema de exploração da população espoliada. 

Com uma veemente certeza de que a vida é exatamente assim, os adolescentes não conseguem ouvir a triste ladainha dos velhos de sua casa que, como efeito do medo deformante causado pelas elites, não podem mais ser levados a sério, senão como um cenário comum que, segundo todos os demais jovens reportam suportar, somente causa idêntico sofrimento em seus lares. "Pô, que saco!". 

Mais uns poucos anos de interação com esse mundo de possível reconquista e duas possibilidades se abrem. Ou a história termina sob um petardo certeiro de um fuzil carregado por um bem treinado militar policial, ou a história prossegue e o jovem é promovido, passando a ter mais e mais envolvimento com o sistema paralelo que constitui a sociedade em que vive: o crime organizado. Mas então já não está com tanta certeza acerca dos motivos que enobrecem sua guerra de reconquista. Sem tecer comentários, vai se dando conta de que, afinal, é o que é, um bandido, um delinquente, uma pessoa que a esmagadora maioria do restante da imensa cidade considera apenas como um malfeitor que merece mesmo ser abatido a tiros pelos homens fardados.

É ainda de pouca idade, porém já está até a raiz dos cabelos aprisionado no piche da criminalidade. Se tentar simplesmente sair do "esquema", seus próprios companheiros não hesitarão em exterminá-lo. A ladainha dos velhos é relembrada com mágoa, já que continua sentindo-se uma "vítima" da falta de oportunidades e ausência de uma eficaz boa orientação. Se continuar vivo mais alguns anos, com certeza já não pensará nesses aspectos "menores e pueris da existência".

Toda essa saga poderia ser reescrita com fácil adaptação para jovens oriundos de lares muitíssimo mais confortáveis e famílias com oportunidades concretas de autorrealização. Paradoxalmente, esses adolescentes deixam aflorar em si mesmos uma noção, quase nunca sequer sugerida por seus pais, de que o mundo é assim desde sempre. A humanidade não mudou nada desde que surgiu, apenas conquistou mais tecnologia. O mundo é dos espertos, consoante uma deformada releitura do Neodarwinismo. Mesmo desconhecendo  Nietzsche (ou até por "conhecê-lo"), concebem-se como super-humanos que têm o dom natural de impor-se, vencer, conquistar. Evitam, igualmente, ouvir os mais velhos de sua família temendo-lhes a obsolescência, chaga que lhes causa aversão e medo, como se fosse altamente contagiosa.

Não se preocupam com conceitos como "justiça social" ou "igualdade de oportunidades", tampouco "meritocracia". A meritocracia deles é a capacidade de atingir os objetivos seja como for, passando por sobre quem e o que for necessário. 

Enfim...

Juntamente com a evolução e eliminação de conceitos machistas, houve a dissolução, como efeito colateral, daqueles deveres de cooperação com o ente familiar. O rapazinho e a garota passaram a se ver como projetos de si mesmos sob o débito absoluto de apoio dos pais, independentemente da concordância deles com esse ou aquele caminho adotado. Alguns chegam a sentir-se no "direito" de ser financiados integralmente nos festejos norturnos, nas rodadas de noite afora por toda a madrugada. Sorriem ao ver a preocupação patológica dos pais.

Não são poucos os pais que sabem que isso tem sido assim há alguns anos.

Contudo, há também adolescentes que, independentemente de pertencerem a esse ou àquele segmento da sociedade, observando o mundo exibido nos televisores não chegam necessariamente a concepções jihadistas de reconquista ou de mera tomada à força das coisas que deseja. Tampouco acham que o mundo pertence aos mais fortes, sob quaisquer preços ou meios.

Voltemos um pouco a tempos idos.

Nos séculos anteriores o rapaz desde seus catorze ou quinze anos já passava a sentir parte do peso das responsabilidades de seu lar. Além do estudo (para os poucos que podiam estudar além da formação mínima), o jovem se via envolto nas ações de manutenção da casa. Garotas ajudavam suas mães consoante a cultura então vigente dos "serviços femininos", enquanto os meninos estavam sob a fiscalização e cobrança dos pais, mantendo a grama aparada, as calhas limpas, o lixo recolhido e levado a destino, os pequenos consertos que portas, portões, armários e estruturas menores demandavam. Alguns, inclusive, se aventuravam por pequenos ajustes nos circuitos elétricos domésticos.


Há ainda quem bem se lembre que, um dia, já foi assim. Tal postura, guardadas as devidas proporções e as modificações sadias que a evolução certamente traria, com a diminuição dos preconceitos, é o que ocorre em poucas famílias hoje em dia. Depende do bom senso maior das pessoas que compõem o ente familiar.

Nessas famílias, bem menos numerosas, garotos e garotas cooperam com o esforço quase sempre extenuante de pais preocupados, carinhosos, mas muitas vezes ocupados demais para demonstrar todo o amor que nutrem por seus jovens filhos. Nem por isso tomam-se de revoltas pasteurizadas sob embalagens vendidas a preços módicos. Esses jovens dão mais atenção aos momentos de alegria no lar, deixando como meros infortúnios os instantes de dor pelas rusgas ainda onipresentes em qualquer grupo humano.

Chega... Já podemos formular uma outra pergunta insidiosamente preparatória para o tema inicial deste texto.

Como deixamos que a regra se tornasse exceção?

Não creio que alguém tenha uma resposta simples para isso. Impotência, desleixo, ignorância, descuido na absorção pelos combates comuns do dia a dia... Na verdade, nada parece responder adequadamente porque há uma mistura de causas que se alternam ou concorrem conforme o tempo passa.

Mas, sim, o fato é que nós deixamos que a regra se tornasse exceção.

Aquele padrão de jovem imbuído de seus deveres perante sua família e na preparação para a vida chega a ser um invejado item no rol dos sonhos de todos os que já vêm os primeiros sinais de desvio em seus filhos. Filhos ainda e para sempre totalmente amados.

Todos os bebês, nenéns, pequeninos curumins vão se alterando. 

Bem, eu acho que, talvez, essa deformação da família não seja, por assim dizer, "o Inimigo"; porém tenho convicção de que é "um forte Inimigo" de todos os que se colocam na missão de forjar os filhos para a vida.

Como quase sempre, causa-nos desconforto inconfessável a constatação de que nós mesmos colaboramos para que assim o mundo tenha se tornado.

Você já assistiu ao filme "O Advogado do Diabo", com os inexcedíveis Al Pacino e Keanu Reeves? É uma fantasia. É um filme que trata como verdade objetiva a figura de Lúcifer e dos anjos caídos. Mas, ambientando-se na atividade excitante de um grande escritório de advocacia em Nova York, põe o simbolismo, a mitologia do pecado original e tudo o mais sob um roteiro primoroso. É um filme que nos faz pensar. E muito (salvo, é claro, para quem o assiste com senso de mero divertimento destinado ao esquecimento).

Uma das passagens mais interessantes do filme (creio que a mais importante), é o próprio Diabo dando seguidos e maravilhosos conselhos ao noviço causídico, conclamando a muito maior importância da família em cotejo com o extenuante ritmo do trabalho. A decidão tomada em favor da continuidade do trabalho é do noviço, tanto quanto mais ressoam-lhe os bons conselhos. No final do filme é relembrado esse fato pelo Diabo, despertando o noviço para a simples realidade ser seu o livre arbítrio, não dele.

Por que o menciono?

Porque também nós, pais de família, seguidamente damos ouvidos a conselhos da vida que nos soam maravilhosos. A sociedade evolui. As crianças, agora, já nascem falando, são muito mais espertas. Não podemos tratar nossos tesouros, hoje em dia, da mesma forma antiquada e castradora de nossos antepassados. Temos que fazer com que os filhos saibam que somos seus amigos, muito mais do que pais. Temos que torná-los capazes de nos dizer qualquer coisa, mesmo que isso custe toda a nossa autoridade familiar.

São frases que representam valores interessantes. Todavia, muito mais sorrateiramente, são frases que nos tocam o interior com uma deliciosa dispensa de um esforço maior em observar, cuidar, orientar, cobrar, negar e aplicar castigos quando necessário. É uma fórmula alquímica espetacular. Afinal, "é um saco" ter que ficar, depois de tanto trabalho cansativo, percorrendo a longa planilha dos deveres que todos os pais, querendo ou não, têm para com seus filhos.

Estou bem propenso a dar crédito de Verdade com "V" maiúsculo, a essa mensagem escancarada pelo magnífico diabo Al Pacino, sob o olhar quase indefeso de Keanu Reeves. Claro que estar tal mensagem numa sequência de cinema vai trazer a alguns (ou a muitos) um torcer de nariz. Não importa. Ainda acho tão válido como ter lido num livro milenar de sabedoria.

Eis aí o nosso GRANDE INIMIGO.

Somos nós mesmos. Todo o louvor aos que sabem escapar dessa insidiosa forma de autocorrupção por toda sorte de sofismas acalentadores.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

NOSSA INIQUIDADE, um pouco mais...


Já falamos sobre a iniquidade dos homens com ênfase em seu atual estágio e sob ótica espiritualista.


No entanto, há miríades de aspectos do dia da dia, bem terra a terra, que não podem ser deixados sem expressa menção.

Muitas vezes a têmpera que só o forno e muitos choques térmicos permitem transformar o minério numa lâmina cristalina exige esforço e dedicação tais que o ferreiro claudica. Fraqueja. Duvida do sucesso e até mesmo põe em dúvida se vale a pena ser vivenviado.

O minério chega às mãos do ferreiro do mesmo modo que a rocha grosseira e disforme é apresentada ao escultor. Enquanto um se extenua sob o calor indispensável ao seu trabalho, o outro se estafa com marretas, martelos, cinzéis, que só funcionam sob insuportável esforço físico misturado com a precisão que faz de ambas as atividades uma autêtica Arte.

Quantos grandes Artistas da Alma esse mundo já conheceu? Toda a história humana não encheria um volume com grandes nomes. Mesmo quanto a e esses, quase nada sabemos de suas falhas e dos tantos momentos de desânimo e desencanto. Enfim, se compararmos com o todo da jornada humana são raríssimos em cotejo com os que simplesmente puseram de lado tais misteres e seguiram por outras sendas.

Pois bem.

É assim no sempiterno desforço da alma humanizada. O acúmulo de decepções é causa bem mais relevante do que a simples indiferença ou mesmo esqualidez de alguns aventureiros. Os que vencem seus limites, entregam a obra e colhem os frutos. Não duvide que boa parte destes já, então, nem deseja mais tais frutos porquanto sem valor diante do que foi realizado sob tamalho sacrifício e incompreensão.

O Cristo, consoante o Ensino Superior na vertente mais recente e ocidental, deu-se como exemplo dos enormes espinheiros percorridos e que, impostos e cravados em sua fronte, caracterizaram-lhe a coroa com que o mundo o distinguiu diante dos demais.

O homem se contenta em não fazer o que lhe cabe. O ser humano se satisfaz por manter-se em seus parcos limites de convicções autocorroentes de prazer e euforia. A Vida é pródiga em prover todos os meios para que o homem escolha centenas de cenários ilusórios, ao invés de seguir pela senda difícil, árdua, quase autodestrutiva, a que uma pequeníssima chama de Verdade o convoca todos os dias.

Dentre os poucos que tentam seguir essa convocação, infelizmente, a maior parte termina deixando para trás seus deveres espirituais por não resistir, anos a fio, aos tormentos que o submetem e sobre os quais não tem controle.

Controle?

Não foi o próprio Cristo que nos falou de afastarmos as preocupações com as coisas do mundo e seguir em busca do Reino de Deus, com a promessa de que tudo o mais nos seria acrescentado? Não duvido de que essa seja uma Verdade Universal. Todavia, a própria estadia do Mestre dos Mestres nesse mundo evidenciou que os acréscimos das necessidades conhecidas pelo Pai poderiam, como de fato puderam, levá-lo à famosa locução "Pai, afasta de mim esse cálice".

O Cristo aceitou o cálice e dele sorveu até a última gota, trocando o livre arbítrio pelo senso de dever que registrou aos homens sob a cláusula "Seja feita a Vossa Vontade".

No entanto, eu, pelo menos, não sou o Cristo. Assim, tomo-lhe os Ensinos como norte absoluto e não os descreio. Entretanto, descreio, sim, da minha miserável condição espiritual em proceder como ensinado.

Acho que a Benevolência, a Indulgência e o Perdão, diamantes atirados a essa vara de porcos humanizados, são pisoteados pela maioria desde que a consciência atinge a noção de que muito, mas muito mesmo, lhe será exigido.

Alguns, pisam com menos arrogância, outros sob a vaidade que constrói uma sólida máscara de personalismo, inventando para si mesmos missões arquitetadas com o minucioso cuidado de não trazer quase nenhum esforço de auto-aperfeiçoamento.

Já outros aceitam o Ensino e, mesmo sob seus senões ainda inevitáveis, tentam seguir o Mestre. Dentre esses, inúmeros se deixam prostrar. Caem. Levantam-se novamente para novamente, mais adiante, serem demolidos.

Somente os que têm uma marca na testa, não física mas espiritual, têm a tenacidade que a Obra exige.

Tenha muito cuidado com sua Vigilância. Os inimigos mais destrutivos não estão com fardamentos diferentes além de alguma fronteira; estão e são muitíssimo mais pertos e dissimulados do que você imagina. O primeiro deles é o veneno que o tenta continuamente a desistir. Logo atrás, sob o comando desse generalíssimo, os combatentes do mau combate cercam sua vida nos círculos mais próximos de seu viver.

terça-feira, 18 de julho de 2017

EXORCISMO - DESOBSESSÃO - VISÃO ESPIRITUALISTA (MODELO)

Senhor Deus de Infinita Paz, Bondade e Misericórdia! Permiti que JESUS CRISTO, nosso Mestre e Irmão Maior, e os Espíritos Superiores determinem a presença de uma Equipe Socorrista da Espiritualidade para trabalhos de desobsessão nesse momento em que suplicamos o Auxílio do Plano Maior.

OREMOS

--- Ajuda-me, Pai
Sempre que a mão trêmula denunciar-me o medo
E os olhos queimarem sob o pranto mal contido,
É em Ti, meu Pai, que sempre buscarei conforto!
Ajuda-me, Pai, a vencer a sedução da ira...
Ajuda-me, Pai, a prantear sem entregar-me ao desespero...
Ajuda-me, Pai, a pressentir a Providência em meu socorro...
Ajuda-me, Pai, a não fraquejar mais que este choro de dor...
Ajuda-me, Pai, a ter-me em rediviva certeza de vitória...
Ajuda-me, Pai, porque necessito de Tua Misericórdia!
Ofereço-Te, Pai, minha confiança mesmo chorando...
Ofereço-Te, Pai, minha candura a abafar toda revolta...
Ofereço-Te, Pai, o meu desejo de vencer por Tua Glória...
Ofereço-Te, Pai, minha pequenez que se agiganta no Teu colo...

--- Súplica por amparo
Senhor Deus de infinita paz, bondade e misericórdia!
Neste momento erguemos nosso pensamento até Vós!
Permiti, Pai eterno, a presença dos anjos de luz!
Dos mensageiros que atuam em nome de Jesus de Nazaré!
Permiti, Senhor, que nos venham trazer a orientação do Alto!
É no exercício de nosso livre-arbítrio que assim o pedimos, Pai!
Deus amoroso! Não retireis pedra alguma de nosso caminho,
Mas dai-nos amparo para que vençamos todos os obstáculos!
Senhor Deus de Infinita Paz e Misericórdia,
Seja de minha vida a Luz e o Caminho,
Não retire uma só pedra de minha senda
Mas esteja, Pai, comigo em cada passo...
Peço, Senhor meu Deus, que me ajude nas escolhas,
Que me alivie o fardo do livre arbítrio, tão perigoso,
Que me permita ver, muito mais que enxergar,
Saber, muito mais do que conhecer,
Ouvir, muito mais do que escutar,
Vivenciar, muito mais do que experimentar,
Amparar, muito mais do que ajudar...
Senhor Deus de infinita Bondade e Misericórdia,
Ampara-me, Pai, para que eu aprenda a Amar...

ORAÇÃO DE DESOBSESSÃO

Nesse momento pedimos a JESUS CRISTO e a SÃO MIGUEL ARCANJO, bem como a todos os Espíritos que atuam em socorro dos homens encarnados na Terra que, pela Misericórdia de MARIA SANTÍSSIMA, nesse momento nos enviem Espíritos Intercessores Socorristas contra os espíritos maléficos, contra os espíritos trevosos, contra os espíritos perturbadores, contra os espíritos que se venderam em trabalhos das trevas e do umbral mais baixo.

JESUS CRISTO, SÃO MIGUEL ARCANJO e MARIA SANTÍSSIMA, venham em socorro de todos nesta casa para que a LUZ DO PAI ETERNO expulse e compulsoriamente leve ao devido destino todos os espíritos trevosos, sofredores, perdidos, atormentados, convulsionários, para que não possam mais influenciar, atormentar, obsediar, nem fazer mais mal algum.

SÃO MIGUEL ARCANJO rogamos que a intercessão dos Espíritos Socorristas não demore no auxílio a todos desta casa:
  
(mencionar aqui os nomes de todos os que habitam a casa)
  
Que a Autoridade do AMOR SUBLIME do Cristo atue de modo que, conforme o mérito de cada um de nós diante da Vida, sejamos LIBERTADOS para que possamos manter a ORAÇÃO e a VIGILÂNCIA sem as influências nocivas que nos fazem sofrer.

JESUS CRISTO ENSINOU a Lei do Amor e nos prometeu estar sempre conosco.

É O AMOR DE JESUS que ORDENA a todos os espíritos maléficos, espíritos trevosos, espíritos perturbadores, espíritos que se venderam em trabalhos das trevas e do umbral mais baixo, espíritos sofredores, espíritos perdidos, espíritos atormentados, espíritos convulsionários que DEIXEM DE enganar A NINGUÉM NESTA CASA e derramar o veneno da maldade; deixem de ferir a ALMA CRIADA POR DEUS interferindo com a sua liberdade.

Saiam do caminho do CRISTO em obediência à LEI DO AMOR ETERNO DE DEUS ensinada pelo preço do seu sangue. Rebaixem-se à poderosa mão de Deus; tremam e fujam diante do nome de JESUS CRISTO!

E que a Piedade do PAI ETERNO os encaminhe, a todos, ao seu destino para que recebam a colheita do plantio de maldade a que se dedicam.