sexta-feira, 7 de julho de 2017

NÃO... NÃO PENSE QUE SERÁ TUDO TRANQUILO...

Sem adentrar a meandros de religiosidade, uma coisa soa comum à maioria das religiões: por maior que seja a sua dedicação, seja essa ou aquela a doutrina adotada, NADA vai lhe garantir aquele estado de alma que todos desejam: a Paz.

Estamos fadados ao sofrimento? Por foros de convicção interior minha resposta é NÃO. Não obstante, já estando na terceira fase de minha existência nesta dimensão terra-a-terra, mais e mais me convenço de que somos assim como símios que, extasiados com o calor da borra de uma fogueirinha, fazem de tudo para mantê-la acesa diante de si. O símio senta-se confortavelmente e fica ali, aproveitando o calorzinho acolhedor.

Mas, por óbvio, a chama consome os galhos secos e o macaquinho tem que se virar para conseguir mais. Não, não pensa na hipótese de juntar-se aos demais companheiros e fazer uma fogueira maior, que durasse bastante tempo, de modo a facilitar a tarefa de alguns em conseguir mais madeira.

Cada um quer o seu próprio braseiro. E dele cuida do modo mais egoísta possível.

Se o galho seco que um deles viu foi arrebatado um pouco antes por outro símio, nasce a ira, o senso de que aquele galhinho tinha sido visto primeiro por ele. Brigam e o mais forte fica com o galhinho.

Assim muitas pessoas cultuam até hoje seus problemas, aquecidos pelo calor de vida que os conflitos egoísticos propiciam. O egoísmo é um calor morno, acolhedor, daqueles que nos trazem o prazer do personalismo.

Quando uma necessidade se apresenta, partem vigorosos na busca do que desejam. Se outrem atinge a meta, o objetivo antes, as regras sociais impedem (quase sempre) o desforço físico para a apropriação do interesse desejado.

Mas nasce uma insidiosa forma de ódio. O ódio calado, escondido num sorriso e, até em certos casos, num cumprimento pela vitória alheia.

O perdedor, mal retorna aos seus afazeres e já elabora um modo de alimentar seu Ego e manter o calor indispensável de sua individualidade doentia.

O macaquinho pega algumas folhas secas, ao menos para um alívio momentâneo, e se põe novamente aquecendo sua fogueirinha egóica até o próximo passo, preferencialmente com uma vingança...

Bem... Nossa parábola é tosca...

Mas é suficiente para entendermos que é muito difícil vencer o tépido colchão das nossas convicções pessoais, passando a realmente pensar de outro modo. Os valores só mudam de dentro para fora.

E, por melhores resultados que essa mudança traga, você resistirá, achará bobagem, sentir-se-á incauto, insano...

Bem-vindo ao caminho do despertamento...

  • Não vim trazer a paz, senão a espada.

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